Eu
estou cansada, estou acabada, sem forças... Sem motivo. A
maquiagem agora está borrada, as lágrimas levaram embora todo o pó em meu
rosto, o rímel se espalhou em linhas escuras como rachaduras em minha máscara
de porcelana, também era evidente as marcas roxas envolta de meus olhos por
conta das noites em claro, meu batom borrado pela tentativa enfurecida de
tirá-lo, para assim mostrar a todos que aquele sorriso era forçado e o que eu
mais desejava era que me socorressem.
Meus
gritos por ajuda, por alguém, por mim, jamais eram ouvidos. Sinto-me muda.
Minha
garganta arde, está seca e machucada de tanto clamar, como se minhas cordas
vocais estivessem sido arrancadas...
Não
há como pedir ajuda ou a quem pedir.
Estou
cansada da sociedade, estou cansada dessas feridas em minha pele e consciente,
estou cansada de mim.
Sinto-me
uma criança chorona. Uma garota perdida na floresta, sozinha, carente por um
abraço quente que possa habitar e derramar suas lágrimas sem ser questionada ou
julgada, afinal todos que vêem meus machucados me culpam, me julgam e isso não melhora,
não é drama, é medo.
Medo
de estar sozinha mesmo acompanhada, medo de mim, medo da dor e do vazio, medo
de tirar a máscara e todos com medo e ódio atirarem pedras em mim, minha
armadura não aguentaria.
Estou
sufocada pelo nada. Afogada no vazio. Vazia e perdida. Como se estivesse em um
corpo sem alma ou vida, uma morta... Um ser sem sentimentos vagando sem rumo
pelos humanos, sem motivo para continuar a existir ou objetivos.
Uma
junção de átomos.
Como
em um teatro uma cortina cobre o palco onde acontecerá a peça, mas esta esconde
a dor, a loucura e o nada, em um palco se preparam para quando a cortina abrir
confundir meu ser, com um show de horrores.
Minha
mente engana me destrói meu ser vazio, meu coração apertado por correntes invisíveis, que não existem...
Poucas
opções me restam, aproveitar os poucos momentos de liberdade até a dor
incontrolável me atingir e me tornar uma morta-viva pelo desgaste emocional;
cobrir a dor com minha máscara ou até mesmo costurar um sorriso em minha alma;
ou voltar para os braços viciantes que me mantém segura até a escuridão voltar,
poucas vezes ele a afasta, ele jamais perceberá o bem que me faz e como os
outros, irá embora.
Estando
morta ou viva é isso o que tenho, por mais que esteja acompanhada estarei
sozinha; posso estar sã e logo ficarei enlouquecida com uma guerra interna; sei
para onde vou e em um instante me perco...
Estou
cansada...
Ísis
Que texto pesado! Na verdade forte, e na sociedade em que vivemos, no mundo em que vivemos hoje em dia é assim que a maioria das pessoas se sente. É assim que eu me sinto, é até estranho ler suas palavras e me conectar tanto. É quase que autobiográfico! Parabéns me emocionou!
Olá!
Que texto intenso! Eu me identifiquei muito, pois muitas vezes é assim que me sinto. Acho que hoje em dia, pelo momento que passamos, as pessoas cada vez se distanciando mais é muito comum ocorrer esse sentimento de cansaço. Parabéns pelo texto!
bjs
Nossa! O seu texto para além de intenso é muito bem escrito. Você disse tudo aquilo que penso muitas das vezes e que, certamente, muitas outras pessoas pensam. Aplaudo de pé. Beijo.
Que ótimo Marina, ficamos muito felizes em saber que nos conectamos assim <3
Oi Fê, muito obrigada, agradecemos por ter lido!
The Bookshelter, muito obrigada mesmo <3
Olá! Tudo bom?
Belo texto, também ando cansada da sociedade, são tantos pontos, é muito complicado né. Mas, achei seu texto bem reflexivo e interessante.
Parabéns por sua potagem.
Beijos, Joyce de Freitas.
Olá, tudo bem?
É impossível não começar esse comentário com um UAU! Seu texto tem uma carga emocional muito forte. O mesmo é certeiro e consegue atacar a ferida de cada pessoa. Me sinto muitas vezes como o eu-lírico do seu texto, cheia de confusões e cansada do mundo. Parabéns, você passou emoção na dose certa!
Beijos!
Obrigada Joyce <3
Olá Alice, muito obrigada <3
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